Liberdade de opinião?
Em um mundo em que se exige tanto respeito às diferenças, vejo a disseminação de informações erradas e falsos dados como se fossem meras opiniões diferentes. Eu respeito opinião diferente da minha, mas não admito que informações erradas sejam compartilhadas como simples posicionamento diverso do meu.
Pensar diferente é uma coisa. Divulgar coisa que não existe, é outra. E neste último caso, a tolerância tem que ser zero, sob pena de alimentarmos um exército de zumbis.
É o que acontece com o analfabeto funcional. Ele é um zumbi: sabe ler, sabe escrever, mas tem uma dificuldade tremenda em interpretar o que lê e o que ouve. Em grande parte dos casos, sequer consegue formular uma frase simples, com sujeito, verbo e predicativo.
E para o analfabeto funcional, o simples ler é um feito tão extraordinário, que sai por aí interpretando leis, relatórios, estudos, como se a alfabetização viesse com um diploma implícito de direito, de medicina, de engenharia...
Normalmente, são pessoas que têm dificuldade de ler com fluidez. Sua leitura, mesmo quando possui curso superior, é igual à de alunos do segundo ano fundamental. Mas, ainda assim, mesmo com dificuldade de reconhecer palavras, mesmo necessitando juntar letrinhas para formar um termo, se julgam capazes de opinar sobre tudo como se tivessem capacidade intelectual para discernir os temas
Conheci um pós-graduado em Exatas pela UFMG que não sabia discernir remetente e destinatário numa correspondência. Ele simplesmente não conseguia entender a diferença de frente e verso de um envelope. Pós-graduado e professor em uma escola estadual na região do Barreiro/BH.
Imagine uma pessoa com essa limitação, interpretando o que vê, ouve e lê. Seria confiável? Minha opinião é que não, analfabetos funcionais não são confiáveis em termos de opinião, de expressão de pensamento.
Um coisa que me irrita é aquela postagem de facebook em que um vê um 6 e outro vê um 9, com frases que te levam a crer que ninguém está errado e que cada um tem seu ponto de vista.
Bom, se a sua vida se limita a reconhecer seis e noves, tudo bem. Tanto faz. Mas eu lamento informar que o raciocínio nos leva a precisar de mais que meros seis e noves. É que eu não posso contar 1,2,3,4,5,9,7,8... Então, muitas vezes o 6 NUNCA poderá ser um 9. Isso se chama contexto, interpretação, coisa que o analfabeto funcional não tem, não assimila. Como nem sempre quem vê um 6 está certo, tem-se a norma, o padrão, a exigência de diferenciá-lo do 9 e, quando isso é necessário, usa-se grifar o número: 6 e 9. Se eu vejo um 9 onde há um 6, ou vice-versa, eu estou errado.
Por isso, a imagem acima é uma falácia maldosa, uma mentira descarada, por que ela possui, sim, um erro: a falta de um símbolo (contexto) que diferencie o algarismo (interpretação). Nem sempre visões diferentes, juntas, estão corretas. Num caso, uma é errada; noutro caso, a outra é que estará errada. Mas vendem a ideia de que todo mundo tá certo, conforme seu ponto de vista, criando um exército de zumbis.
Em alguns casos, a desinformação é disseminada por má-fé. Nota-se que a pessoa age e diz com o claro interesse em desmerecer o outro. Não é o caso do analfabeto funcional. Este, em grande número em nossa sociedade, não faz por má-fé. Ainda assim causa problemas e traz grande prejuízo em muitos aspectos.
E em tempos de eleição isso é gravíssimo! Esses zumbis disseminam opiniões tortas, contaminadas por entendimento limitado e são prato cheio para manipuladores, que usam estas pessoas para divulgação de falsos dados e inverdades. Isso é danoso, não apenas por favorecer políticos ordinários e empresários inescrupulosos, mas especialmente por disseminar a ideia de que todos somos capazes e merecemos ser ouvidos e respeitados. Não é assim, sinto muito!
Eu sei que o mundo tá na base do "todo mundo tem direito de ter uma opinião". E sei que vocês confundem isso com: cada um pode dizer o que quiser. Só que não, baby! Se cada um pudesse dizer o que quiser, sob o falso pretexto de que todos têm o direito de expressar sua opinião, não seria consagrado o direito de resposta e a tipificação de calúnia, de difamação e de injúria.
Quando sua opinião está carregada de falsas informações ou de interpretação equivocada, ela não merece respeito e as pessoas devem recusar te ouvir uma segunda vez, porque você já demonstrou não ser confiável. Parece radical, né? Mas é que você é presa fácil de manipuladores e, como tal, se torna um perigo para a democracia e a liberdade de opinião, que em hipótese alguma pode ser confundida com o direito de dizer mentiras ou interpretações equivocadas.
A liberdade de opinião, que é o direito de cada um se expressar, não é um direito absoluto. Ele é relativizado pela verdade, pelo direito de resposta do outro. E, pelamordedeus, não há tréplica, exceto se a resposta apresentar "fato novo".
É assim: o A diz algo; B não concorda e diz o que pensa a respeito (réplica, direito de resposta); pronto, acabou; apenas se B tiver apresentado argumento relativo a algo que A não disse, é que este deve se manifestar (tréplica); se não for o caso, vira mero bate-boca, com todo mundo repetindo a mesma coisa interminavelmente. Isso é coisa de zumbis.
Os zumbis não dominam a matéria sobre a qual querem opiniar e limitam-se a repetir o que já foi dito antes ao invés de derrubar o argumento do outro com um pensamento lógico-crítico. Outra característica dos analfabetos funcionais é exatamente atacar a pessoa e não o argumento, por não terem a capacidade intelectual de manter a discussão no nível das ideias. Então, ele parte para desmerecer o interlocutor (argumentum ad hominem) para mostrar que "quem não presta não diz nada que presta". Isso é desespero (ainda que seja verdade).
Eu não sei quando os analfabetos intelectuais surgiram, mas sei que ganharam força com a escola plural (sem reprovação) e, depois, com a universidade para todos (sem vestibular).
Por fim, para que o tema não fique na base do meu mero achismo (talvez eu também seja uma analfabeta funcional que se julga "a tal"), acesse o texto Analfabetismo funcional: o que é e como evitar?, da Rock Content.
Você não tem mais conserto, benzin, mas dá pra salvar sua prole. Por favor, faça isso!
Pensar diferente é uma coisa. Divulgar coisa que não existe, é outra. E neste último caso, a tolerância tem que ser zero, sob pena de alimentarmos um exército de zumbis.
É o que acontece com o analfabeto funcional. Ele é um zumbi: sabe ler, sabe escrever, mas tem uma dificuldade tremenda em interpretar o que lê e o que ouve. Em grande parte dos casos, sequer consegue formular uma frase simples, com sujeito, verbo e predicativo.
E para o analfabeto funcional, o simples ler é um feito tão extraordinário, que sai por aí interpretando leis, relatórios, estudos, como se a alfabetização viesse com um diploma implícito de direito, de medicina, de engenharia...
Normalmente, são pessoas que têm dificuldade de ler com fluidez. Sua leitura, mesmo quando possui curso superior, é igual à de alunos do segundo ano fundamental. Mas, ainda assim, mesmo com dificuldade de reconhecer palavras, mesmo necessitando juntar letrinhas para formar um termo, se julgam capazes de opinar sobre tudo como se tivessem capacidade intelectual para discernir os temas
Conheci um pós-graduado em Exatas pela UFMG que não sabia discernir remetente e destinatário numa correspondência. Ele simplesmente não conseguia entender a diferença de frente e verso de um envelope. Pós-graduado e professor em uma escola estadual na região do Barreiro/BH.
Imagine uma pessoa com essa limitação, interpretando o que vê, ouve e lê. Seria confiável? Minha opinião é que não, analfabetos funcionais não são confiáveis em termos de opinião, de expressão de pensamento.
Um coisa que me irrita é aquela postagem de facebook em que um vê um 6 e outro vê um 9, com frases que te levam a crer que ninguém está errado e que cada um tem seu ponto de vista.
Bom, se a sua vida se limita a reconhecer seis e noves, tudo bem. Tanto faz. Mas eu lamento informar que o raciocínio nos leva a precisar de mais que meros seis e noves. É que eu não posso contar 1,2,3,4,5,9,7,8... Então, muitas vezes o 6 NUNCA poderá ser um 9. Isso se chama contexto, interpretação, coisa que o analfabeto funcional não tem, não assimila. Como nem sempre quem vê um 6 está certo, tem-se a norma, o padrão, a exigência de diferenciá-lo do 9 e, quando isso é necessário, usa-se grifar o número: 6 e 9. Se eu vejo um 9 onde há um 6, ou vice-versa, eu estou errado.
Por isso, a imagem acima é uma falácia maldosa, uma mentira descarada, por que ela possui, sim, um erro: a falta de um símbolo (contexto) que diferencie o algarismo (interpretação). Nem sempre visões diferentes, juntas, estão corretas. Num caso, uma é errada; noutro caso, a outra é que estará errada. Mas vendem a ideia de que todo mundo tá certo, conforme seu ponto de vista, criando um exército de zumbis.
Em alguns casos, a desinformação é disseminada por má-fé. Nota-se que a pessoa age e diz com o claro interesse em desmerecer o outro. Não é o caso do analfabeto funcional. Este, em grande número em nossa sociedade, não faz por má-fé. Ainda assim causa problemas e traz grande prejuízo em muitos aspectos.
E em tempos de eleição isso é gravíssimo! Esses zumbis disseminam opiniões tortas, contaminadas por entendimento limitado e são prato cheio para manipuladores, que usam estas pessoas para divulgação de falsos dados e inverdades. Isso é danoso, não apenas por favorecer políticos ordinários e empresários inescrupulosos, mas especialmente por disseminar a ideia de que todos somos capazes e merecemos ser ouvidos e respeitados. Não é assim, sinto muito!
Eu sei que o mundo tá na base do "todo mundo tem direito de ter uma opinião". E sei que vocês confundem isso com: cada um pode dizer o que quiser. Só que não, baby! Se cada um pudesse dizer o que quiser, sob o falso pretexto de que todos têm o direito de expressar sua opinião, não seria consagrado o direito de resposta e a tipificação de calúnia, de difamação e de injúria.
Quando sua opinião está carregada de falsas informações ou de interpretação equivocada, ela não merece respeito e as pessoas devem recusar te ouvir uma segunda vez, porque você já demonstrou não ser confiável. Parece radical, né? Mas é que você é presa fácil de manipuladores e, como tal, se torna um perigo para a democracia e a liberdade de opinião, que em hipótese alguma pode ser confundida com o direito de dizer mentiras ou interpretações equivocadas.
A liberdade de opinião, que é o direito de cada um se expressar, não é um direito absoluto. Ele é relativizado pela verdade, pelo direito de resposta do outro. E, pelamordedeus, não há tréplica, exceto se a resposta apresentar "fato novo".
É assim: o A diz algo; B não concorda e diz o que pensa a respeito (réplica, direito de resposta); pronto, acabou; apenas se B tiver apresentado argumento relativo a algo que A não disse, é que este deve se manifestar (tréplica); se não for o caso, vira mero bate-boca, com todo mundo repetindo a mesma coisa interminavelmente. Isso é coisa de zumbis.
Os zumbis não dominam a matéria sobre a qual querem opiniar e limitam-se a repetir o que já foi dito antes ao invés de derrubar o argumento do outro com um pensamento lógico-crítico. Outra característica dos analfabetos funcionais é exatamente atacar a pessoa e não o argumento, por não terem a capacidade intelectual de manter a discussão no nível das ideias. Então, ele parte para desmerecer o interlocutor (argumentum ad hominem) para mostrar que "quem não presta não diz nada que presta". Isso é desespero (ainda que seja verdade).
Eu não sei quando os analfabetos intelectuais surgiram, mas sei que ganharam força com a escola plural (sem reprovação) e, depois, com a universidade para todos (sem vestibular).
Por fim, para que o tema não fique na base do meu mero achismo (talvez eu também seja uma analfabeta funcional que se julga "a tal"), acesse o texto Analfabetismo funcional: o que é e como evitar?, da Rock Content.
Você não tem mais conserto, benzin, mas dá pra salvar sua prole. Por favor, faça isso!
Sem mecanismo
Como é
de conhecimento de todos, Adriana Fernandes iniciou um trabalho de
financiamento coletivo com o objetivo de angariar fundos para sua campanha,
principalmente, para as viagens pelo interior do estado com o objetivo de
alcançar também esse eleitorado.
Ah, mas
existe o fundo partidário justamente para isso! Para financiar as campanhas dos
candidatos. Bem, não é por aí. O fundo partidário de cada partido, dá sim uma
determinada quantia de dinheiro para ajudar os candidatos. Contudo, o fundo
partidário não alcança os candidatos a deputado estadual, apenas os federais.
Nesse
caso, a única ajuda real que Adriana irá receber do partido será a confecção de
alguns santinhos. O resto de sua campanha corre por conta dela. Por isso, o
financiamento coletivo e as doações se fazem tão necessárias.
O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investiga as contas do candidato e, depois da
criação do “Fundão Partidário”, que é um repasse que o Governo Federal faz de
forma lícita aos partidos, distribui uma quantia monetária a cada partido
levando em consideração o tamanho de cada legenda, ou seja, os valores não são
iguais. Desta forma, quanto maior o partido, maior o valor que ele vai receber.
Sem
ajuda financeira do partido, Adriana precisa muito desse financiamento coletivo
online para que possa viajar e expor suas propostas no interior do estado
também. A legislação proíbe o financiamento por pessoas jurídicas e, assim, a
doação de pessoas físicas assume um papel importantíssimo nesse contexto.
De fato, foi por causa dessas “doações”
realizadas por empresários que muitos deles possuem “políticos de estimação”, e
dentro dessa vertente conseguem perdão de dívidas muitas milionárias ou até
mesmo bilionárias (como alguns bancos por aí).
Com o perdão dessas dívidas, o que o governo
faz? Aumenta a carga tributária das pessoas físicas (todos nós) para que as
pessoas jurídicas (empresas, bancos, etc.) possam ser perdoados dando calotes
absurdos, além de cobrar altas taxas e preços, para entregar produtos e
serviços ineficientes e de baixa qualidade.
Desta forma, o financiamento coletivo dos
candidatos deveria ser obrigatório, para pudéssemos ajudar APENAS AQUELES
CANDIDATOS AOS QUAIS TEMOS AFINIDADE PELAS SUAS BANDEIRAS E PELO SEU PERFIL. A
pessoa que possui interesse em doar, iria ajudar somente quem quisesse, e não
ficar sustentando políticos que lá estão e que não nos representam em hipótese
alguma.
O financiamento coletivo por pessoa física é uma
situação muito mais democrática e justa do que a qual passamos, ou seja, sem o
mecanismo.
Adriana Fernandes pré-candidata.
Bruno Filipin
Fiduaégua!
Recebi no ZAP da colega Zulma, que havia sido publicada uma alteração da resolução da ajuda de custo. Busquei a publicação e li.
Tô num evento, então fiz análise superficial.
Só vi 3 mudanças:
1) a validação do que fizeram no nosso cheque de pagar sempre 70% do mês em curso e 30% de um mês em atraso, que eu já tinha falado com o @Marco Tulio que não estava na resolução anterior;
2) a informação de que eventos extraordinários que impedirem o alcance das metas não impedirá o recebimento, se a justificativa for aprovada por uma comissão de avaliação; e
3) o pagamento apenas até dezembro de 2018, com acerto integral no mês de janeiro de 2019 (recebimento em fevereiro).
Assim, a partir de 2019 não há norma autorizando o pagamento da ajuda de custo. Se o novo governador quiser manter, pode demorar pra fazer outra resolução.
Fiduaégua!!!
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