Quando
se fala em direito do cidadão a primeira coisa que me vem à cabeça é a pessoa
batendo a mão no peito e dizendo “é meu direito, vô buscá meus direito!”.
Porque sobre direitos, todo mundo dá aula, mas o fato é que ninguém sabe de
verdade quais e quantos são. E ainda inventam uns mais. Tudo se transforma em
direito da pessoa conforme sua conveniência, mas não é bem assim!
A
grosso modo falando, direito é aquela situação benéfica que alguém pode
usufruir. E falando em direito, sempre lembramos da contrapartida dos deveres. Em
maior ou menor grau, o exercício de um benefício está sempre relacionado ao
cumprimento de uma obrigação, de um dever.
Mas
vamos voltar um pouquinho.
DIREITOS
DO CIDADÃO
Cidadão,
num significado mais amplo, é toda pessoa nascida no Brasil, nascida no
estrangeiro de pai ou mãe brasileira ou o estrangeiro naturalizado. Num
significado mais específico, cidadão é quem tem título de eleitor, ou seja, que
pode votar e ser votado. E daí vem o significado de cidadania, que é o
exercício dos direitos e deveres da pessoa em nossa país.
Então,
com base nisso, nós temos os direitos do indivíduo, que estão lá no art. 5⁰ da Constituição. Direito de ir e vir, de se
manifestar, direito à privacidade, de não ter sua honra manchada, de exercer
sua religião, direito de ter segredo sobre sua correspondência, e por aí vai.
Mas o
indivíduo não vive isolado, então temos os direitos sociais, ou seja, os
direitos da pessoa inserida na coletividade, lá no art. 6⁰, dentre eles o direto à Segurança Pública, ao
trabalho, ao lazer, à saúde, à educação, dentre outros.
E o
Cidadão precisa trabalhar, sustentar a si e sua família. Por isso, temos os
direitos dos trabalhadores, lá nos arts. 7⁰ ao 11.
Direito a não receber menos que o salário mínimo, direito à aposentadoria, ao
recebimento de adicional noturno, direito de greve, direito de sindicalizar,
etc.etc.etc.
E pra
organizar essa “trenheira” toda, temos os direitos políticos, aqueles
relacionados ao título de eleitor, lá no art. 14 ao 16. Direito de votar, de
ser votado, isto é, de participar direta e indiretamente das decisões do
Governo.
Parou
por aí? Não!
Todos
esses direitos são desdobrados na própria Constituição ou em outras leis, em
tantos outros direitos, que fica impossível mencionar todos eles. Direitos da
mulher, da criança, do deficiente, do idoso, do proprietário de um bem, de quem
aluga um imóvel. Direito da empresa, direito dos animais, direitos, direitos,
direitos. E inúmeros deveres a eles relacionados.
O que o
Projeto Alô, Doutora quer trazer para você hoje, é que boa parte dos direitos
que você sabe que possui e mais um pouquinho, não são seus, enquanto você não
honrar seus deveres, enquanto você não cumprir sua obrigação de cidadão. E
quais são suas obrigações? Não sei. Depende. De que direito estamos falando?
Para ter
direito ao voto, você tem o dever de tirar o título de eleitor. Para ter
direito a receber água tratada, você tem o dever de pagar por ela. Para ter
direito de procurar a Justiça, você tem o dever de não deixar seu direito
prescrever. Para ter direito de se casar, você tem o dever de ser livre. Para
ter o direito de exercer sua propriedade sobre um imóvel, você tem o dever de observar
a função social dele. Para ter direito de manifestar seu pensamento, você tem o
dever de se identificar.
Enfim,
é muita coisa! E não nos cabe aqui mencionar todos os direitos, nem todos os
deveres, mesmo porque cada caso é um caso. Cada situação pode se apresentar de
uma forma diferente para cada pessoa e isso muda o conteúdo de seu dever e de
seu direito.
Ainda
que se sejamos resguardados pelo Princípio da Isonomia, isto é, pelo Princípio
da Igualdade, na verdade todos somos diferentes. Vou explicar.
“Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...” Tá lá no art. 5⁰ da Constituição. Então me explique: se somos todos
iguais, porque eu pago a passagem de ônibus e o idoso, não? Porque o deficiente
passa na frente no listão do concurso? Porque eu posso usar os serviços de
saúde do IPSEMG e você não? Porque nós não somos iguais. NÓS NÃO SOMOS IGUAIS. Todos
são iguais, PERANTE A LEI. E onde e quando a lei diz que somos iguais??? Quando
a lei reconhece que somos iguais, apesar de nossas diferenças? Quando ela menciona
as situações que nos igualam. Eu não tenho o mesmo direito de um idoso, porque
ainda não sou idosa. Mas quando for, exercerei direitos iguais aos deles. É
como se eu tivesse o dever de envelhecer para usufruir os benefícios do Estatuto
do Idoso. È uma contrapartida. Eu passei num concurso que me dá a possibilidade
de pagar pelos serviços do IPSEMG. Quem passar num concurso do Estado, terá
esse mesmo direito. Nós não somos iguais. As situações criam em nós,
necessidades idênticas e, cumpridos os mesmos requisitos, nos termos que a lei
informa, teremos igualdade de condição para o exercício de um determinado
direito.
Quer
mais?
“Homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.”
Tá lá também no art. 5⁰. Mas
agora não é a lei que nos diz onde e como somos iguais. É a constituição. E já
não somos todos iguais. Homens e mulheres, tão diferentes que são, merecem que
a constituição, a lei máxima de um país, se ocupe de torná-los iguais ou
diferentes. E ela mostra nossas diferenças, mais que nossas igualdades. Tanto
que informa que mulher aposenta com 30 anos de contribuição e homem, com 35.
Enfim, o
exercício de grande parte dos direitos por cada um de nós, cidadãos, vai
depender das peculiaridades de cada caso, vai depender do cumprimento dos
requisitos, das obrigações impostas para seu usufruto.
Pois é!
Falei, falei, falei e você continua sem saber quais são seus direitos. Sabe o
que você faz? Entre no site do Projeto Alô, Doutora (www.alodoutora.com.br) e diga o que você quer
saber, qual é a particularidade do seu caso. Nós informaremos qual é o seu
direito. Convide o Projeto Alô, Doutora para eventos no seu bairro, na sua
paróquia, na sua Igreja e nós informaremos quais os direitos daquela
comunidade.
E agora
que você sabe que para cada direito a usufruir haverá, na maioria das vezes,
uma contrapartida, uma obrigação, um dever a cumprir, tá preparado? Bóra lá
exercer nossa cidadania!
Muita
luz para todos nós!
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