Intaum...
to ligadassa qui mes se eu iscrevê a sim cês vam intendê. Num é a sim ca gente
fala? Tamém tem u negósso qui na internet naum prisisa dijita certin, caus de
quê é ua comunicassaum mais rápida. I de carqué geito qui eu iscrevê cê vai
intendê. Isso quin porta, num é?!
NÃO!
NÃO É!
Importa
que saibamos fazer o uso correto da Língua Portuguesa. E isto nem de longe
significa escrever ou falar difícil, mas sim, não errar. Só isso. Comunicação
informal ou regionalismo, de fato não é incorreto. Mas o texto acima não tem nada
de informal, coloquial. É uma sucessão de erros, nada além disso. E olha que
fui bacana “pá daná” usando pontuação, porque o que a gente tem lido por aí é de
fazer chorar.
As
pessoas usam uma sucessão de palavras que sem qualquer pontuação ficam desconexas
mesmo que estejam todos os termos escritos corretamente mas esse negócio de não
usar pontos virgulas exclamação e tudo mais nos deixa zonzos sem saber onde
começa uma ideia onde termina outra e mais nos deixa tão inseguros que
duvidamos até de nossa capacidade de interpretação e ficamos lendo e relendo
tentando pontuar mentalmente para entender o que a pessoa quis escrever então
porque dificultar as coisas
Calma! Pontuando:
As
pessoas usam uma sucessão de palavras que, sem qualquer pontuação, ficam
desconexas, mesmo que estejam todos os termos escritos corretamente. Mas esse
negócio de não usar pontos, vírgulas, exclamação e tudo mais nos deixa zonzos,
sem saber onde começa uma ideia, onde termina outra. E mais: nos deixa tão
inseguros, que duvidamos até de nossa capacidade de interpretação e ficamos
lendo e relendo, tentando pontuar mentalmente para entender o que a pessoa quis
escrever. Então porque dificultar as coisas?
Erros,
todos nós cometemos. Domínio de nossa língua, numa sociedade que não tem por
hábito uma rotina de leitura diversificada, de fato é algo quase inatingível.
Mas não é possível perdoar uma forma de escrita que dificulta a comunicação, ao
invés de facilita-la. De fato, a comunicação via internet pede agilidade e isso
diz respeito ao “encurtamento” das palavras, para digitarmos menos letras. Se
assim considerarmos, o segundo parágrafo deste texto seria escrito de outra
forma.
“Então...
to ligadaça q msm q eu escreva assim, vcs vão entender. Ñ é assim q a gnt fala?
Tbm tm o negócio q na net ñ precisa digitar certinho, pq é uma comunicação +
rápida e qq jeito q eu escrever, vc vai entender. Isso q importa, ñ é?”
Mantive
de propósito alguns erros de português. Mas percebeu que eu ganhei a economia
de quase uma linha de digitação, sem precisar errar na grafia das palavras? Por
isso, repito, coloquialismo, informalidade, nada tem a ver com aceitação de
erro na forma de escrever as palavras e usar a pontuação.
E você
deve estar confuso, esperando um artigo jurídico. Pois é... É que a gente se
vicia em “inventar” português e comete muitas gafes e muitos pecados por causa
disso. E na advocacia, comunicação truncada, pode colocar em risco o direito do
cliente. Sim, eu sei que a maioria de nós não escreve um documento profissional
da mesma forma que escreve no “zap zap”. Mas, a forma enganosa como temos usado
a linguagem informal dificulta o aprendizado correto e formal da língua. E não
são poucas as notícias de documentos profissionais, no nosso caso, jurídicos,
com absoluta impossibilidade de leitura, que dirá de interpretação.
Se você
é advogado, pense no risco que você corre e no vexame que vai passar se um juiz
e seus assessores tiverem dificuldade de compreender sua petição. Imagine a
cara do colega, advogado da outra parte, tentando entender o que você escreveu.
E se você é um cliente, imagine o perigo do juiz e seus assessores não
conseguirem entender aquilo que seu advogado escreveu.
Não vou
entrar no mérito da qualidade do ensino fundamental e da omissão das faculdades
de Direito sobre o tema. Você agora é adulto, formado e tem como suprir essas
falhas. Nada justifica se manter neste nível de ignorância!
Por
essas e outras, eu chego ao topete de informar que a má redação de um documento
jurídico constitui uma grande falta de respeito com nossos clientes, nossos
colegas e com os servidores do Judiciário. O advogado (e cá entre nós, qualquer
pessoa) tem que ser seriamente advertido a respeito.
O art. 192
do Novo Código de Processo Civil obriga o uso da Língua Portuguesa em todos os
atos e termos do processo, como já era previsto no Código anterior, que vigora
até o final de 2015. Tenho o costume de dizer que qualquer pessoa alfabetizada
consegue ler a lei. Mas será capaz de interpretá-la? Óbvio que não, na grande
maioria dos casos. Caso contrário, o único requisito para exercício da
advocacia seria a alfabetização.
Então,
usando tudo que aprendi na faculdade e na vida, minha interpretação do artigo
que citei acima é que, por lei, não somos simplesmente proibidos de redigir os
documentos do processo em língua estrangeira, sem tradução; na verdade, somos
obrigados a redigir em boa e correta língua portuguesa e de modo tão claro que
não reste dúvidas a respeito de nossa tese em defesa do cliente. Você arrisca outra interpretação?
Em
tempo: vernáculo significa língua pátria; no nosso caso, o português.
Não
judie da Língua Portuguesa!
Muita
luz para todos nós!
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Você sabia que, ao encontrar algo e devolvê-lo ao dono, você tem direito a ser recompensado?
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Você sabia que, ao encontrar algo e devolvê-lo ao dono, você tem direito a ser recompensado?
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